O porquê da sequência semanal de ásanas em Iyengar Yoga

Como orientação do Guriji B. K. S. Iyengar, as práticas dentro do método acontecem segundo a seguinte sequência:

  • Semana 1. Posturas em pé
  • Semana 2. Flexões para frente
  • Semana 3. Flexões para trás e torções
  • Semana 4. Pranayamas e posturas restauradoras

Primeiramente, adotar essa organização nas posturas faz com que mesmo aqueles que frequentam apenas uma aula por semana recebam os benefícios de todos os grupos de postura, tornando assim a prática completa. Além disso, essa ordenação evita que o praticante fique confuso a respeito da prática e do sequenciamento de posturas. Mais importante, essa organização potencializa os efeitos das posturas.

Geralmente os alunos começam a praticar Yôga com algum problema estrutural como, por exemplo, falta de alinhamento. As posturas em pé corrigem a maior parte dos problemas estruturais. Assim o corpo vai sendo preparado para o alinhamento exigido em outras posturas.

Outro motivo de iniciar com posturas em pé é nessas posturas os movimentos são realizados por braços, pernas e órgãos maios externos; facilitando a compreensão das ações requeridas e do alinhamento do corpo. Esses ásanas também promovem, mesmo em um aluno iniciante, uma percepção mais sutil sobre órgãos internos. Seguindo na prática o aluno consegue cada vez mais se familiarizar com seu próprio corpo.

Na semana seguinte são adotadas as flexões para frente. As flexões para frente começam a trabalhar os músculos das costas, porém em um nível mais externo. Nessas posturas são estimulados os músculos paravertebrais, juntas intervertebrais e os ligamentos da coluna.

Novamente, trabalhando primeiramente os músculos mais externos faz com que o praticante possa começar a iluminar partes do corpo que antes ele ignorava. Além disso, esse grupo de posturas promove regulação das glândulas adrenais, regulação da pressão sanguínea e relaxamento do sistema nervoso, criando uma sensação de repouso.

Iyengar Yoga - Flexões para Frente

Após as flexões para frente podem se seguir posturas sentadas ou torções. Nas torções os órgãos pélvicos e abdominais são comprimidos e irrigados intensamente por sangue. Nessas posturas são corrigidos distúrbios de coluna, quadris e virilhas. Além disso, é promovida flexibilidade da coluna e do diafragma.

As posturas sentadas trazem flexibilidade aos quadris, joelhos, tornozelos e virilhas. Removem tensão no diafragma e garganta, tornando a respiração mais suave e natural. Na coluna, essas posturas promovem estabilidade.

Após toda essa preparação seguem-se as flexões para trás. Nessas posturas são estimulados diretamente os músculos mais internos da coluna. Nesse ponto o corpo já está preparado para receber esse estímulo forte nos órgãos e músculos internos. As flexões para trás estendem totalmente a coluna, fortalecendo e revitalizando regiões que usualmente são esquecidas.

Após todo esse trabalho intenso o corpo do praticante já está refinado para perceber as nuances dos pranayamas. Essas práticas são focadas em algo que vai nos acompanhar por toda a vida: a respiração. Os pranayamas proporcionam força, poder e vitalidade necessária para uma vida plena e saudável. Junto com os pranayamas são feitas posturas restaurativas, que nutrem e sedimentam os benefícios das práticas anteriores.

Conforme os alunos vão evoluindo, posturas avançadas vão sendo inseridas na prática, respeitando a sequência. Essa forma de sequenciar os ásanas é respeitas mesmo em práticas longas com alunos avançados, pois garante uma evolução contínua na exigência dos ásanas e depois uma correta recuperação e descanso.